Breviações Biográficas
O elevador parou no 19º. andar. A porta se abriu, eles saíram. O quarto ficava no final de um corredor pouco iluminado, forrado com um carpete azul já muito pisado, talvez por pés que, como os deles, caminhavam lado a lado pela primeira vez.
Esperou para que destrancasse a porta. Entraram. Ele afastou a cortina, abriu a janela, tirou os sapatos, acendeu um cigarro e sentou-se na cama, olhando. O outro olhou a cidade pela janela, sentia-se realmente alto, mas aquela altura que só é alcançada quando alguma coisa realmente boa ou longamente esperada acontece. Serviu-se de coca-cola e também acendeu um cigarro. Seu olhar revezando entre seus próprios pés e os olhos dele. Sorriu. Não sabia, ou melhor, não conseguia dizer quando foi de verdade que começou a acreditar que aquilo tudo estava mesmo acontecendo. O abraço de uma hora atrás, as mãos se tocando timidamente enquanto o táxi seguia, a revelação no elevador: "vocês são namorados?" "sim, nós somos". Mas aquele quarto era sim, real. Assim como eram todos esses fatos e era também a figura daquele homem por quem decidira viajar mais de 400km. Deitaram-se.
Olhava o teto e começou a imaginar quantos outros buscaram aquela cama, quantos deitaram-se nela e acordaram sozinhos e arrependidos, quantos nem chegaram a desarrumar os lençóis esperando pela companhia que não veio. Interrompeu esses pensamentos melancólicos que não combinavam nada com aquilo que estava sentindo. Não queria contaminar e comprometer o clima com tal niilismo antes mesmo de terem sequer tirado a roupa. E então, como se aquela pudesse ser a última vez/chance, virou para o lado e beijou-lhe a boca. "Eu disse que roubaria um beijo" "eu deixei". Ele também virou. Ficaram se encarando de forma tão terna e intensa , que os beijos e abraços seguintes pareciam querer recuperar e recompensar aquele tempo que ficaram separados. Ele 26, o outro 22. E como os braços não bastavam, enlaçaram as pernas. Como os lábios eram pouco, enroscaram as línguas. E juntos nesse corpo que era um, ora ele apertava ora o outro cedia. Que os moralistas não vissem tamanha demonstração de... intimidade!
E como era bom poder sentir os desenhos do corpo dele se revelando à medida que os dedos percorriam nuca, torso, pernas. E os pêlos de todo seu corpo eriçados quando a barba dele resolveu marcar-lhe as costas.
Estava prestes a liberar aquele grito aprisionado que comprimia-lhe as cordas vocais e deixava seu coração arritmado. A pressão das pernas dele entre suas pernas, o suor dele passando pela sua pele, o rubor marcando-lhe a face e aquele estreito vão entre ele e o outro.
E veio impulsionando cada músculo, cada parte de seu corpo extasiado. Ele tapou sua boca abafando o som e beijou o outro até onde permitiu-se alcançar.
Silêncio.
Na cidade que os cercava, algumas luzes ainda acesas. Dois cigarros. A falta de palavras não incomodava, pelo contrário, era melhor pois queria fixar em sua memória, assim como em seu corpo, aquele momento, aquele cheiro, cada detalhe.
Acomodou-se nos braços dele. A noite prosseguia mais calma agora. Era aquela proteção oferecida pelos braços e pelo calor que sentia quando ele respirava que o fizeram adormecer.
Esperou para que destrancasse a porta. Entraram. Ele afastou a cortina, abriu a janela, tirou os sapatos, acendeu um cigarro e sentou-se na cama, olhando. O outro olhou a cidade pela janela, sentia-se realmente alto, mas aquela altura que só é alcançada quando alguma coisa realmente boa ou longamente esperada acontece. Serviu-se de coca-cola e também acendeu um cigarro. Seu olhar revezando entre seus próprios pés e os olhos dele. Sorriu. Não sabia, ou melhor, não conseguia dizer quando foi de verdade que começou a acreditar que aquilo tudo estava mesmo acontecendo. O abraço de uma hora atrás, as mãos se tocando timidamente enquanto o táxi seguia, a revelação no elevador: "vocês são namorados?" "sim, nós somos". Mas aquele quarto era sim, real. Assim como eram todos esses fatos e era também a figura daquele homem por quem decidira viajar mais de 400km. Deitaram-se.
Olhava o teto e começou a imaginar quantos outros buscaram aquela cama, quantos deitaram-se nela e acordaram sozinhos e arrependidos, quantos nem chegaram a desarrumar os lençóis esperando pela companhia que não veio. Interrompeu esses pensamentos melancólicos que não combinavam nada com aquilo que estava sentindo. Não queria contaminar e comprometer o clima com tal niilismo antes mesmo de terem sequer tirado a roupa. E então, como se aquela pudesse ser a última vez/chance, virou para o lado e beijou-lhe a boca. "Eu disse que roubaria um beijo" "eu deixei". Ele também virou. Ficaram se encarando de forma tão terna e intensa , que os beijos e abraços seguintes pareciam querer recuperar e recompensar aquele tempo que ficaram separados. Ele 26, o outro 22. E como os braços não bastavam, enlaçaram as pernas. Como os lábios eram pouco, enroscaram as línguas. E juntos nesse corpo que era um, ora ele apertava ora o outro cedia. Que os moralistas não vissem tamanha demonstração de... intimidade!
E como era bom poder sentir os desenhos do corpo dele se revelando à medida que os dedos percorriam nuca, torso, pernas. E os pêlos de todo seu corpo eriçados quando a barba dele resolveu marcar-lhe as costas.
Estava prestes a liberar aquele grito aprisionado que comprimia-lhe as cordas vocais e deixava seu coração arritmado. A pressão das pernas dele entre suas pernas, o suor dele passando pela sua pele, o rubor marcando-lhe a face e aquele estreito vão entre ele e o outro.
E veio impulsionando cada músculo, cada parte de seu corpo extasiado. Ele tapou sua boca abafando o som e beijou o outro até onde permitiu-se alcançar.
Silêncio.
Na cidade que os cercava, algumas luzes ainda acesas. Dois cigarros. A falta de palavras não incomodava, pelo contrário, era melhor pois queria fixar em sua memória, assim como em seu corpo, aquele momento, aquele cheiro, cada detalhe.
Acomodou-se nos braços dele. A noite prosseguia mais calma agora. Era aquela proteção oferecida pelos braços e pelo calor que sentia quando ele respirava que o fizeram adormecer.
Own, que lindo! Tinha mesmo que ler isso numa sexta feira a noite de molho em casa????
Te esperamos lá ok?!
Outro.
Já reli tudinho!
Ficou muito bom mesmo.
Outro.
No problem. Tô ansiosa pela sua "inauguração", but i hope. hahaha
Outro.
Blasé demais. Hahahaha, adorando mesmo.