#Breviações


EU: Uma coca, por favor.
ELE (sentado do lado): Sabia que coca-cola derrete os dentes?
EU (olha): Como é que é?
-chega a coca. bebe.
ELE: E também desentope pias.
EU: Seu café não é a escolha mais saudável deste lugar.
ELE: Esse café é de uso terapêutico.
EU: Minha coca é recreativa.
-termina de beber, paga e sai.
ELE: É muito feio sair sem se despedir.
EU: Você não se cansa disso?
ELE: Ser irresistivelmente cativante?
-pausa-
EU: Juro que se estivesse com tempo a gente passaria a tarde toda enumerando minhas impressões sobre você, mas preciso ir.
ELE: Tão cedo para um adeus.
EU: Seu lirismo é notável, mas não me convence às três da tarde.
ELE: E o que é preciso? Meia luz, meia garrafa de um vinho meio caro, meia música de um artista meio conhecido?
EU: Nem tanto. É só deixar a porta meio aberta.
-ônibus vindo-
EU: É com este que eu vou. (estende a mão) Aqui está o que veio buscar: até logo.
ELE: Não é bom começar algo já se despedindo.
EU: E quem disse que estamos começando algo?
ELE: E não?
-olhares, ônibus, partida-

#Breviações


PAR OU ÍMPAR

Estive ímpar por muito tempo
Até que nossas vidas paralelas
distraídas
Entraram no mesmo atalho.

Impassíveis,
Deixamos nos envolver
Unindo partes e pensamentos
Imparciais.

Partimos numa aventura
Dispostos a viver nosso sonho
E a sonhar uma nova vida
Particular.

A sorte nos empurra
Fechamos os olhos...
Temos todo o tempo
E não vamos parar.

Em busca de palavras
Descubro seu sorriso
No mistério de seu olhar
Encontro meu conforto.

Sem percebermos viramos par
Dividindo o mesmo corpo
Compartilhando o mesmo momento
Multiplicando sussurros e gemidos.
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Gabriel Chacon - 11/03/2005


#ra


Galere, meses depois de várias tentativas sem sucesso e pedidos desesperados a vários setores (informáticos ou não), consegui colocar a data nas postagens do blog.
Tudo graças ao comentário de Ruth Connors, do Expresso do Oriente.

#Música


Galere, a vibe musical do momento...

ALTAR PARTICULAR - Maria Gadú

Meu bem que hoje me pede pra apagar a luz
E pôs meu frágil coração na cruz

No teu penoso altar particular

Sei lá, a tua ausência me causou o caos
No breu de hoje eu sinto que
O tempo da cura tornou a tristeza normal
E então, tu tome tento com meu coração

Não deixe ele vir na solidão

Encabulado por voltar a sós

Depois, que o que é confuso te deixar sorrir

Tu me devolva o que tirou daqui

Que o meu peito se abre e desata os nós

Se enfim, você um dia resolver mudar
Tirar meu pobre coração do altar

Me devolver, como se deve ser
Ou então, dizer que dele resolveu cuidar

Tirar da cruz e o canonizar

Digo faço melhor do que lhe parecer

Teu cais deve ficar em algum lugar assim
Tão longe quanto eu possa ver de mim

Onde ancoraste teu veleiro em flor

Sem mais, a vida vai passando no vazio

Estou com tudo a flutuar no rio esperando a resposta ao que cham
o de amor