Cazuza me entenderia


Desde quando voltei do Rio venho planejando este post.

Enquanto o avião pousava eu já estava ansioso pra chegar em casa, deixar minhas coisas no chão e curtir minha última semana folgado. Não foi o que aconteceu...

O portão abriu e ao mesmo tempo começava um certo desconforto, algo como não ter que estar aqui. A garagem me parecia estranha, a cozinha, a sala e até meu quarto. As coisas não se encaixavam ou, como vi depois, era eu quem não me encaixava mais em casa.

A vontade era fechar tudo novamente, pegar as malas prontas e sair. De volta pro Rio, na direção de algum outro lugar pra me estabelecer.

Esse desencaixe me deixou irritado e frustrado ao ponto de não querer me mexer, interagir em casa, acordar. Eu teria passado a semana toda deitado não fosse minha mãe com algo diferente pra fazer a toda hora e não fosse também o calor. E por aqui nada de água de coco pela orla, bebê.

Dormia desejando que tudo parasse ou então que me dessem passagem pra outra dimensão. Tudo que eu precisava era ficar só, colocar a filosofia de Cazuza em prática - o mundo inteiro acordar e a gente dormir.

O circo chegou


Depois de muito tempo sem ter notícia, dois circos apareceram aqui na Franca do Imperador. Junto com eles toda a indumentária conhecida e necessária - trailers, luzes, lonas, serragem e o cheiro característico.

Imediatamente voltei alguns anos, quando era muito mais comum e frequente ver o circo na cidade. Ouvir o carro de som passando pelas ruas chamando o respeitável público para o espetáculo.

Eu morava num lugar bem perto de onde os circos se fixavam, então ficava na maior expectativa acompanhando toda a montagem, ansioso pra chegar logo o dia, pegar a pipoca e procurar um lugar na arquibancada.

Sim, porque naquela época tinha uma hierarquia com os assentos: cadeiras para quem pagasse mais e, assim, ficar mais próximo dos artistas e as arquibancadas para o restante. Eu sempre quis ficar na cadeira. No entanto acompanhar o espetáculo pela arquibancada era ótimo! Uma outra visão, um outro ângulo e a chance de ficar longe dos palhaços e suas brincadeiras sem graça.

E as filas?! Era preciso chegar antes para comprar o ingresso, enfrentar a multidão acotovelando-se para chegar ao picadeiro. Mas quando a gente é pequeno a pior coisa é depois de ter consigo chegar ao lugar, ser tampado por um grandão.

Hoje em dia tudo está mudado.

Não há arquibancadas, não há palhaços irritantes abordando os carros oferecendo bugigangas. E o preço mudou muito também. Ouvi dizer que custava 30 reais o ingresso e só consegui pensar: é open bar?

Bons tempos quando o arriscado era tentar entrar por debaixo da lona.

É uma conta, é um conto


Férias - Dia 01


Aproveitando a oportunidade deste momento tão especial, resolvi usar esses 30 dias para retornar com minhas atividades diárias por aqui.


Eu estava mais ansioso em começar logo esse momento de descanso do que em viajar. Acontece que agora que já começou eu não vejo a hora de arrumar minha mala e partir! Adianto que os dias no Rio de Janeiro podem sem complicados de colocar aqui por causa da falta de conexão à internet (leia-se: possibilidade de álcool no sangue), mas farei bom uso das conexões wi-fi espalhadas pela cidade se elas próprias colaborarem.


O dia começou com uma ligação da minha mãe contando-me que caiu no centro da cidade ao atravessar a rua. Eu já estava acordado, mas com essa notícia eu realmente despertei! Minutos depois ela já estava em casa e eu esperando por joelhos e mãos machucados e o que vi foi um ligeiro ponto vermelho no joelho e ela reclamando de dor na mão por causa do impacto. "De uma queda foi ao chão..." 
Bleh! Esperava por algo mais dramático. Até perguntei se ela tinha feito uma cena quando caída e tudo que recebi foi: "Claro que não! O semáforo já ia abrir". Fosse eu teria simulado um desmaio...


Acho que o tombo serviu de sensibilização para que minha mãe viesse falar comigo sobre várias outras coisas, inclusive a situação complicada da minha irmã na escola e o fato de que talvez ela tenha que ir para a rede pública de ensino e o pedido de minha avó para que coloquemos meu irmão menor na escola também. Tudo que fiz foi ouvir as aflições de minha mãe e depois recebi a missão de conversar com minha irmã.


Como eu não tinha almoçado ainda e a preguiça de me locomover pela cidade era maior, decidi improvisar algo com o que tinha aqui em casa mesmo e o que saiu foi o de sempre: arroz com milho.


Conforme eu havia dito para minha mãe, usei esse meu primeiro dia de folga para lavar o banheiro e entre uma rapada e outra, irritado com a porta porque ela não parava aberta, dei um murro para descontar a raiva e só depois de terminar a limpeza fui sentir a dor. Bem feito pra mim.


Eu tinha planejado fazer um café da tarde um pouco mais incrementado, porém perdi a vontade assim que saí e tudo que comprei foi pão e pão de queijo.


O pessoal de casa começou a chegar e eu fiz o que qualquer pessoa faria - desliguei o computador, peguei uma revista e deitei. Não queria muita interação. Tanto que acabei cochilando e levantei umas duas horas depois. Tempo suficiente pra todo mundo ir para os respectivos quartos.


E só.


Estou aqui entretido lendo artigos na Wikipedia sobre o Egito Antigo.


Sem balada, sem bebida, sem sexo e sem punheta nesse primeiro dia.


Até amanhã!

#Baú


Baú de Pequenas Felicidades...


Felicidade #43 - 


Virar a esquina e ver o carro esperando enquanto eu chego em casa.

#Enferrujado


     No começo do ano pedi uma luminária para minha mãe mesmo sem ter uma mesa onde colocá-la, mas aí mudamos o jeito como o meu quarto era e consegui um lugar bom para ela ficar - do lado da cama, em cima da televisão. O lugar foi bom porque eu durmo na parte de cima da beliche, então estou a meio braço de alcançar o botão.
     Depois dessa mudança eu passei a deixar meu caderno-de-capa-vermelha embaixo do meu travesseiro para eventuais casualidades.
     Antes de ter a luminária, dia 31/12/2010, por volta de 3am, fui perturbado por uma ideia tomando forma que não me deixava dormir. Não lembro bem a ideia geral para que o texto tomasse corpo, mas foi algo assim:

 - Mas são tantos desencontros, tanta correria, tanta tecnologia: RTs, DMs, DPD - Deixa Pra Depois. Vou na contra-sorte. Preciso de uma luminária para momentos como estes, mas não, não vou acender a luz! A ideia que fique quietinha ou se lance ao emaranhado de outras tantas ideias e frases geniais condenadas a ficar no limbo criacional em que se transforma minha cabeça quando me preparo para dormir.

     Pode ser que eu volte e crie um começo e um desfecho para justificar tal meio. Até lá, querido leitor, melhor continuarmos na contra-sorte.

Indicação Musical


Eu sou uma pessoa muito ligada a músicas de forma geral e nem sempre paro para ouvir tudo que determinado/a artista/banda tem - sejam discos atuais ou antigos. No entanto, fiquei bastante curioso para conhecer um pouco mais dessa cantora que mistura uma musicalidade soul/jazz incrível aliada a sua impressionante voz. Um conjunto que torna os álbuns 19 e 21 sensacionais.

O primeiro contato com Adele foi com a música Chasing Pavements. Seu arranjo firme e melodia fluida dando forma à letra mexeram bastante comigo -

"Should I give up,
Or should i just keep chasing pavements?
Even if it leads nowhere"


E então no começo da semana passada conheci Rolling in the Deep e, mesmo sem ter visto quem cantava, imediatamente pensei em Adele. Novamente a voz, o ritmo, a letra. Não resisti e baixei os dois cds e desde então estou imerso nessas músicas trazendo tantas sensações.

Algumas sugestões de 21, pois ainda não ouvi o 19 com a atenção necessária: (atualizado)
* Chasing Pavements
* Rolling in the Deep
* Rumor Has It
* Lovesong
* Hiding my Heart
* He won't go
* Set Fire to the Rain
* Right as Rain
* Make you Feel my Love
* Turning Tables

Procure no YouTube, torrents e blogs por aí. Na Rádio Uol tem o cd 21.

"Idas e Vidas"


Nessa semana repeti um antigo hábito que era ir ao Fish quintas, sextas e sábados. Por que o bar é infinitamente mais legal que qualquer um em Franca? Não, mas é onde a galere é bem recebida, a batata com queijo é deliciosa e a caipirosca custa um preço razoável e vem em um copo grande e cheio! Mas não é sobre isso que vim escrever.

Estávamos @eddipomini, @rokairala e eu conversando na calçada quando vi uma antiga amiga, que era minha gerente na primeira loja onde trabalhei e depois virou mais amiga que gerente. E mesmo depois que saímos da loja mantivemos contato.

Voltamos pra mesa quando fomos surpreendidos por essa amiga - Drix - falando em espanhol como se fosse a coisa mais normal do mundo. Sentou-se com a gente e começou a contar as peripécias dos últimos meses e por onde tinha andado. Achei que a vibe espanhola fosse passar nesse momento, mas não... foi narrando tudo em espanhol e gesticulando muito!
Enquanto ela contava que passara 3 meses trabalhando numa espécie de restaurante em Salvador, convivendo com gente de tudo quanto é lugar e quase fora parar na Espanha para conhecer um cara (Identificação total nesse momento, mas eu nunca c
ruzaria o Atlântico para conhecer alguém assim. Ir ao Rio para conhecer fulano foi pinto pequeno perto disso, mas enfim) eu ficava pensando em como tenho vontade de ser geograficamente desprendido também. Poder botar tudo na mochila, pagar uma passagem, escolher um lugar aleatório e pronto! Ficar uns meses, experimentar do lugar e
das pessoas, voltar, partir de novo. Ficar nesse incessante desbravamento.

Mas me falta caradurice e me falta parar de gastar com outras coisas se quero realmente viajar por aí. E, principalmente, falta a coragem de fato. Enfrentar, arriscar. Fico preso nessa desculpa de preparatórios, planejamentos, organização, quando na verdade é medo de não conseguir ir, não conseguir sair daqui, prender-me usando minhas próprias maluquices.

Quem sabe quando atingir os 30 seja a hora de cortar o cordão e ir pro mundo.

#Bonjour!


E então que no final do ano passado eu estava me sentindo acomodado e decidi fazer algo novo este ano. E minha escolha foi: aprender mais uma língua. Como para continuar o Inglês estava um pouco difícil por causa de horários e valores, resolvi me aventurar no Francês!

Oui galere!

Primeira aula aconteceu nessa segunda e na turma duas pessoas - uma menina e eu. Fiquei pensando se realmente seríamos apenas nós dois ou se aconteceu por ser primeiro dia, pessoal com preguiça de acordar cedo segunda-feira, aquele tempo frio, neblina; ou seja, um convite para ficar na cama e eu quase fiquei também...

Mais uma vez aquelas cadeiras de um braço só que me deixam morrendo de medo de cair e eu sentado na frente. Não por nerdice, é miopia mesmo. Rabisquei umas coisas no meu caderno enquanto a aula não começava e depois que o professor entrou achei que fosse rolar aquela apresentação básica, como seria o curso, que o francês é isso e aquilo, etc e tal, mas fui ludibriado!
Ele veio com jes e vous e bicos e eu lá achando tudo muito confuso para uma primeira aula.

Mas ó, segunda aula foi hoje e o número de aventureiros aumentou para 5! Além do livro temos também uma mini apostila, que foi montada errada, com os diversos sons encontrados no francês. Porque não sei se alguém sabe, mas uma palavra em francês pode ter umas 8 letras e só umas 3 vão ser pronunciadas. Ou escreve-se completamente diferente, mas o som é o mesmo!

Semana quem vem tem mais.

Au revoir!

#Mofando


Depois de ficar me resumindo a 140 caracteres para piadas rápidas, devaneios curtos e informações instantâneas, volto para jogar um óleo nas engrenagens e fazer desse um blog atualizado de novo.
Não sei se por causa da chuva que não para faz dois meses ou por ter visto o filme da Bruna Surfistinha domingo passado que fiquei reflexivo e disposto a reencontrar esse meu lado. Não tenho rascunhos nem ideias muito diferentes, só mesmo a proposta de continuar como era - indicações de filmes e livros, alguma música que por ventura tenha se sobressaído, histórias do cotidiano dentro da loja e, claro, algumas Breviações.
Também acho que me senti incentivado pelas amigues do Aleluias e Agonias e do Cólica Mental reformulando os respectivos blogs e aceitando a vida prolixa de volta!
Quem sabe até surja algum Eu x Ele porque a geografia foi generosa há quase um ano e tenho material considerável para usar!

#Lista


Como todo ano, começo esse de novo fazendo lista de filmes para minha coleção. Aceito sugestões nos comentários.

*Crash
*Garden State - Hora de Voltar OK!
*Moulin Rouge OK!
*Aos 13
*Irreversível
*Ken Park
*Adeus, Lênin!
*Pequena Miss Sunshine OK!
*Sex and The City 1 e 2
*C.R.A.Z.Y.
*Como Perder um Homem em Dez Dias
*Tudo pra Ficar com Ele
*A Origem OK!
*Salve-me Quem Puder OK!
*Carga Explosiva 1 2 e 3
*Dança, Paixão e Fama
*Sob a Luz da Fama
*Showbar OK!
*Juno OK!
*A Última Dança
*Vem Dançar OK!
*Os Vingadores
*As Brumas de Avalon
*Os Excêntricos Tennembauns OK!
*Os Saltimbancos Trapalhões
*Os Trapalhões e o Mágico de Oroz
*Um Crime Entre Amigas
*Os Normais 1 e 2
*Closer OK!