Cazuza me entenderia


Desde quando voltei do Rio venho planejando este post.

Enquanto o avião pousava eu já estava ansioso pra chegar em casa, deixar minhas coisas no chão e curtir minha última semana folgado. Não foi o que aconteceu...

O portão abriu e ao mesmo tempo começava um certo desconforto, algo como não ter que estar aqui. A garagem me parecia estranha, a cozinha, a sala e até meu quarto. As coisas não se encaixavam ou, como vi depois, era eu quem não me encaixava mais em casa.

A vontade era fechar tudo novamente, pegar as malas prontas e sair. De volta pro Rio, na direção de algum outro lugar pra me estabelecer.

Esse desencaixe me deixou irritado e frustrado ao ponto de não querer me mexer, interagir em casa, acordar. Eu teria passado a semana toda deitado não fosse minha mãe com algo diferente pra fazer a toda hora e não fosse também o calor. E por aqui nada de água de coco pela orla, bebê.

Dormia desejando que tudo parasse ou então que me dessem passagem pra outra dimensão. Tudo que eu precisava era ficar só, colocar a filosofia de Cazuza em prática - o mundo inteiro acordar e a gente dormir.