De quando a vida faz uma curva


     Não digamos "adeus" ou "tchau" pois tais palavras representam um fim, fechamento. Digamos que seja um "até logo", um hiato, uma pausa; já que o momento é, na verdade, um recomeço.

     Uma estrada nova ainda sem destino certo, mas pronta para ser descoberta. Desafios, mudanças, riscos. Indo em busca deste sedutor desconhecido deixando por aqui mais que lembranças, mas muito de si.

     Pra nós que ficamos, o momento de continuar, manter a linha e o foco, com a certeza de que esta partida representa também um crescimento.

     "Vivemos esperando por dias melhores" e oportunidades que nos façam ir além, que nos coloque à prova, que coloque nossa cara à tapa.
Pois que venha o novo e com a mudança uma reação em cadeia de sucesso e conquistas que alguém tão determinado como você certamente e merecidamente receberá.

     Saiba que a todo momento cada um de nós estará te acompanhando e torcendo e comemorando cada etapa vencida.
     
     Deixe a vida te levar pra onde ela quiser e a qualquer hora você pode estar de volta.

     Pelos anos dividindo o balcão, piadas, risos, festas e shows; por compartilhar também as ansiedades e angústias que muitas vezes nem em casa falamos - meu obrigado.

     Portanto, mais que um gerente, colega de trabalho ou conhecido, digo até logo para um amigo.

     Boa sorte e ventos favoráveis nesta nova empreitada.

Rio de Janeiro a dezembro! #01


     O amor pelo Rio de Janeiro foi à primeira vista antes mesmo de tê-lo visto de fato. Tudo começou em 2005, contrariando e preocupando minha mãe, quando atravessei os 700km que separam minha sem-graça cidade da Cidade Maravilhosa.
   
Lagoa Rodrigo de Freitas - maio/2012
     A primeira impressão ao desembarcar na rodoviária foi um misto de espanto e admiração. E também fiquei um pouco apreensivo pois não sabia pra onde ir e a pessoa que me buscaria não chegara (ou, teimosamente pensei: já chegou, desistiu e foi embora).
 
     Temores à parte, tudo correu bem, porém não fiquei no Rio - segui para Nova Iguaçu e a visita ficou para mais tarde.

     A facilidade em se conseguir um ônibus chamou minha atenção e, após trocar as ruas pelos trilhos, desci na estação Siqueira Campos - Copacabana. Completamente deslocado e claramente turista interiorano que há muito não via o mar, andei pela orla de calça jeans, camiseta e tênis; totalmente hipnotizado pelos sons, cores, texturas e curvas com os quais cruzei.

     A areia fluminense é diferente, o mar fluminense é diferente, o céu fluminense é diferente.

Combo biscoito Globo e água de coco!
     Minha estada foi curta e voltei para apreciar o Rio outra vez em 2006, nas minhas férias. Novamente outra aventura: fui sozinho e fiquei num albergue em Copa! A experiência foi ótima e na semana em que estive lá, por dois dias não falei Português, conheci pessoas do mundo todo e ainda sambei na quadra do Salgueiro.

     O Rio de Janeiro continuava lindo quando desta vez o destino foi Ipanema, em um apartamento a duas quadras da praia e muito próximo da Lagoa Rodrigo de Freitas. Dessa vez estava também Rodrigo, meu amado companheiro com quem fiquei por três dias desfrutando das belezas e prazeres cariocas. Foi com ele que conheci e me apaixonei pela Livraria da Travessa (que até hoje me proporciona uma surpresa), degustei um café delicioso na Starbucks e não queria sair da Papel Craft sem trazer papéis, lápis, álbuns e tudo mais que adoro!

Posto 10, Ipanema
     Transformamos o Rio em nosso refúgio, o lugar onde aproveitamos tudo, de longos passeios pela orla tomando água de coco (ele, mate), de fazer compras e nos presentear com almoços no Outback e caipiroscas de um litro e meio!

     Em setembro do ano passado nossos amigos Eddie e Lalinha se juntaram a nós e passamos dez dias rindo, bebendo e descobrindo mais uma vez o Rio de Janeiro - numa festa na Praça Tiradentes, num videokê em São Cristóvão... Não existe maneira de se cansar dessa cidade e, a cada despedida, a sensação é de deixar uma parte de mim por lá esperando pelo reencontro. E foram reencontros em janeiro deste ano (bastante divertido e gratificante pois pude levar minha irmã) e em maio também, com o pretexto de prestar o concurso da Petrobras, mas na verdade era só saudade mesmo!


      Setembro está chegando novamente e já estou com tudo pronto para mais uma visita. Dessa vez um pouco preocupados por causa da greve onde o Rodrigo estuda, porém tenho certeza de que tudo dará certo e o Rio, mais uma vez, não irá nos decepcionar!

Arpoador


C.D.F.


Desde o momento em que a loja onde trabalho fechou para reforma, nasceu em mim a vontade de mudar minha rotina e procurar algo novo. Um novo emprego. Para tanto resolvi aventurar-me no mundo dos concursos públicos, de cuja veracidade eu até então desconfiava (aquela velha teoria conspiratória de que bastam um q.i. e uma mexida de paus que o sujeito entra para o funcionalismo público - a prova seria uma mera fachada).


Iniciarei pelo concurso da CAIXA e no mês seguinte irei ao Rio fazer o da Petrobrás. Tudo para pegar o feeling da coisa, adquirir experiência nessa área com tantos veteranos.

Meu primeiro desafio, além de conseguir dinheiro para inscrição e apostila, foi determinar o horário para estudar, porque gosto de passar as manhãs dormindo, trabalho à tarde/noite e quando volto fico no computador... tá, não tinha muito o que pensar pra isso, a solução foi mesmo vencer a preguiça e sair da cama até 10am.

Tudo indo bem não fosse pela Matemática e sua incessante mania de me confundir and desanimar. É simples e parece mesmo claro quando leio as teorias e vejo os exemplos; porém os enunciados dos exercícios subitamente mudam de figura na primeira tentativa de resolvê-los. Matemática is a bitch!

Mas não nos desesperemos, pois! Terei ajuda especial nesta semana de meu estimado companheiro Rodrigo Kairala, cuja missão será tornar um pouco menos nebuloso meu envolvimento com juros simples e compostos, taxa de juros, sistema de amortização, etc etc...

A ordem é esta: bunda na cadeira, cabeça funcionando e mãos à obra! Nem preciso dizer nada sobre atualizações porque nem mesmo antes dos concursos eu conseguia, agora com minha jornada dupla piorou! Se bem que entre 23h e 2am dá pra escrever bastante.

Como disse uma vez uma grande sábia: "E lá vamos nós!"

Bate e volta


Sempre admirei muito essas pessoas que vão quase que diariamente à São Paulo fazer compras para suas lojas ou mesmo para vender de porta em porta. Pelo menos daqui de Franca até a capital são umas longas 5 horas dentro de um ônibus nem sempre confortável na companhia de pessoas tampouco agradáveis.

Nesta última terça fui convidado pela primeira vez a participar desta maratona e logo de cara acompanharia minha patroa durante as compras dela.

As horas na ida foram até que calmas. O ônibus novo da Nena só não estava melhor porque o Wi-fi não estava funcionando. Mas todos ficaram bem quietos embrulhados nos cobertores e travesseiros que levaram. Eu tenho uma séria dificuldade para dormir em ônibus, não consigo mesmo. Fico abismado como tem gente que simplesmente vira pro lado e apaga! Eu mal consigo cochilar por causa daquele encosto enorme da poltrona e a falta de posição...

As atividades começaram cedo (7am) e cedo também foi o choque cultural que tive ao estar naquela região do Brás depois de ter ficado dias na zona sul do Rio de Janeiro. Não é fácil!

Fiquei responsável pelo pagamento nas lojas e por cada uma que passávamos me dava frio na barriga toda vez que ia deixar o cheque depois de minha patroa separar um tanto de coisa, virar pra mim e falar: paga aí Gabriel.

Só sei que meio dia demorou a chegar, mas quando veio, o almoço compensou! E claro que não tivemos pausa para a digestão e por causa disso fui obrigado a usar o banheiro de uma loja para um caso de emergência e descobri da pior maneira que não tinha papel higiênico... Consequência: tive que usar a pia mesmo.

Por sorte São Pedro segurou as águas em São Paulo e não precisamos pegar nossos botes para terminar as compras. O fim de tarde chegou e com ele pegamos a estrada novamente.

Mais uma vez achei que a viagem não teria mais fim e foi pior porque voltei na janela e me senti claustrofobizado! E não consegui cochilar por causa do filme estranho que estava passando. E também por causa da sensação desagradável de precisar tomar um banho.

Depois dessa experiência comprovei que realmente não tenho vocação para sacoleiro!

Bicicletas, dores e outras aflições


Tudo começou há um tempo quando minha irmã ganhou uma bicicleta montada pelo meu tio e não tinha muitas chances de andar na região onde minha avó mora. Nos meses seguintes sempre surgia o assunto da bicicleta: quando buscaríamos, quem buscaria e o principal - como buscaríamos. Porque temos que levar em conta a distância considerável entre a casa da minha avó e onde eu moro atualmente. E além da distância há também o fator geográfico da situação, pois Franca não é a "Cidade das Três Colinas" à toa.

Resolvi aproveitar esses meus dias de folga para finalmente trazer a bicicleta de minha irmã e também uma outra que estava parada por lá. Convidei meu intrépido companheiro Rodrigo Kairala para participar dessa aventura comigo e juntos traçamos a melhor rota para evitar as ladeiras. No final do post está o mapa com o trajeto que fizemos.

Os preparativos incluíram: garrafa com água (que esqueci de colocar pra gelar momentos antes), celular (para músicas e pedidos de socorro, caso necessário), fones de ouvido e documento (meu, não da bicicleta). O tempo colaborou e não estava chovendo e o sol já abrandara. Estávamos bastante animados, Rodrigo e eu, porém não nos davam muito crédito nessa nossa investida. Minha avó achava que não andaríamos no dia seguinte. Apesar de todo esse descrédito, fomos ao desconhecido!

Na primeira esquina eu já quis cancelar essa empreitada toda! Estou acostumado demais com espelho retrovisor, estou acostumado demais a não precisar pedalar; afinal de contas tenho uma moto, estou acostumado demais a mudar as marchas de um jeito só (esse negócio de girar pra cima e pra baixo até deixar a corrente na posição certa não foi fácil) e o mais importante: estou acostumado demais com um banco confortável, coisa que selim de bicicleta não é, nunca foi e jamais será!

A cada pedalada eu sentia uma pontada em ossos até então desconhecidos, que chamarei carinhosamente de "entre-cu" (na verdade eles se chamam ísquios) e não achava posição em que doessem menos... depois meus joelhos começaram a doer também e eu parava algumas vezes para tomar água e esticar as pernas. O difícil era conciliar a dor no entre-cu e nos meus joelhos, desviar dos carros, motos, caminhões e desviar dos milhões de buracos que esta cidade tem e que misteriosamente se multiplicam por aí.

12km e cerca de uma hora depois chegamos a minha casa e eu nunca fiquei tão feliz em avistar a cruz que tem na rotatória aqui perto. Ainda conseguia andar, mas levou um tempinho até aliviar a dor no entre-cu. 

A experiência, no entanto, foi muito boa e logo devo andar mais... assim que tiver dinheiro para comprar um selim do tamanho de uma almofada.



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Era uma vez um blog


Sim, postagens eventuais são tudo que tenho, mas mesmo assim não tenho coragem de fechar o blog ou começar um outro - tenho uma ligação com este, já que são vários anos cultivando este espaço.

Acontece que tenho vontade de fazer várias coisas ao mesmo tempo e acabo não fazendo nada... livros, séries, arrumação do guarda-roupa e por aí vai.

Semana passada fui novamente ao Rio e preciso mesmo relatar todas as peripécias desta e da viagem anterior em setembro, de modo que farei postagens aleatórias, sem obrigatoriedade cronológica, pra tentar colocar aqui como foram esses dias.

Um outro projeto chamará "Crônicas de Balcão", pra colocar o desabafo de um vendedor e revelar os bastidores de quem trabalha com essa linda e desgastante profissão.

Fiquem ligadinhos!

Cazuza me entenderia


Desde quando voltei do Rio venho planejando este post.

Enquanto o avião pousava eu já estava ansioso pra chegar em casa, deixar minhas coisas no chão e curtir minha última semana folgado. Não foi o que aconteceu...

O portão abriu e ao mesmo tempo começava um certo desconforto, algo como não ter que estar aqui. A garagem me parecia estranha, a cozinha, a sala e até meu quarto. As coisas não se encaixavam ou, como vi depois, era eu quem não me encaixava mais em casa.

A vontade era fechar tudo novamente, pegar as malas prontas e sair. De volta pro Rio, na direção de algum outro lugar pra me estabelecer.

Esse desencaixe me deixou irritado e frustrado ao ponto de não querer me mexer, interagir em casa, acordar. Eu teria passado a semana toda deitado não fosse minha mãe com algo diferente pra fazer a toda hora e não fosse também o calor. E por aqui nada de água de coco pela orla, bebê.

Dormia desejando que tudo parasse ou então que me dessem passagem pra outra dimensão. Tudo que eu precisava era ficar só, colocar a filosofia de Cazuza em prática - o mundo inteiro acordar e a gente dormir.