#Breviações


Contemplo a curva do rio
com olhos que não vacilam
Atrevo-me a te esperar
no hiato onde nos perdemos

Vem a brisa e já me leva
sem que eu possa resistir
me arrasta e me desperta
pra enganar e então fugir

E te esconde em outros risos
mas escuto, se não, tua voz
a dizer em longos suspiros
Terna sorte, onde estás?

E te prende e me afasta
gira mundo se te basta
noite alta barra a luz
mais um sonho me seduz

No rio onde me vejo
eu só quero me perder
Nessas águas claras, frias
vou ao fundo te esquecer.
- Gabriel Chacon, 11/11/2007

#Ilhado


Não, não é síndrome de Rafael Ilha... Mudei de endereço e, brilhantemente, esqueceram de fazer a parte da instalação telefônica. Conclusão: além de ter que esperar para o técnico ativar telefone e internet, agora precisamos esperar o eletricista - #mefudi.

Enquanto isso vou usando os wi-fi por aí e a internet aqui da loja. E também montei o kit de sobrevivência para essas longas horas offline: Super Banco Imobiliário (estava chateado, precisava descarregar), séries e mais séries no computador (e também Gilmore Girls) e também os vários livros que comprei nessas promoções do Submarino e não pude ler.

Só espero não ter uma crise de abstinência por causa do MSN.

Diário de Bordo #1


O motivo de voltar assim é para detalhar e relatar essa nova fase. Decidi começar a malhar.
Espantoso, sim, eu sei... mas já era algo que há muito gostaria de fazer, porém minha auto-estima flutuante e minha preguiça contribuíam para que fosse adiado. Até que munido da companhia de meu estimado amigo Eddie, fui com a cara e a coragem desbravar esse mundo maravilhoso da malhação. Decidi que este será meu projeto pessoal por um ano, pelo menos.

A tal primeira semana de adaptação já acabou e hoje começou o treino de fato. Minhas modestas medidas iniciais ficarão guardadas na ficha da academia e no meu caderno de cabeceira. Depois, com a evolução, coloco aqui.

Para quem está se perguntando, começar a academia é praticamente como perder a virgindade - doi! Meu braço esquerdo ficou sem movimentação completa por uns dois dias depois de ter começado. Mas agora, ao fim de duas semanas, já me acostumei.

A vibe na academia é ótima! Mesmo porque Eddie e eu sempre temos uma piada oportuna para qualquer situação, e nossa instrutora acha divertidíssima nossa presença - e também o dono da academia, que atende pela alcunha de Grilo.

Desafio lançado e blog atualizado. Li num site que é importante manter registros dos exercícios e pretendo fazê-lo por aqui.

Ah, só uma observação: meia social na academia não dá muito certo


.

Indicação Literária



O livro de hoje é: Melancia, de Marian Keyes. Já li "Férias" que também é dela há um bom tempo e estava curioso para ler outros desse mesmo segmento. Andando pelas Americanas antes de começar a trabalhar, encontrei uma versão pocket da Best Bolso para Melancia e também para Férias.

Abaixo a sinopse.
"Com este romance engraçadíssimo e irreverente, a autora irlandesa Marian Keyes conquistou milhares de leitores no Brasil e no mundo. A protagonista Claire tem 29 anos, uma filha recém-nascida e um marido que acabou de confessar o seu caso de mais de seis meses com a vizinha também casada.
Claire se resume a um coração partido, um corpo inteiramente redondo, aparentando uma melancia, e muita depressão, bebedeira e choro. Mas ela decide avaliar os prós e contras de um casamento desfeito depois de três anos e quando começa a se sentir melhor, o ex-marido reaparece para convencê-la a assumir a culpa por tê-lo jogado nos braços de outra. Claire vai recebê-lo, no entanto reservará uma bela surpresa para o ex."

#não esqueci a senha


Como é mesmo que se usa isso aqui? Achei que tivesse tomado rumo e iria postar com mais frequência, mas me enganei novamente. No entanto acho que quero voltar a utilizar este espaço como uma forma diária de relatos, mas com aquele toque mais cronical aos acontecimentos muitas vezes corriqueiros. Ainda mais agora que estou trabalhando numa outra loja, outro ambiente - mas logo coloco todo mundo no eixo!!

O lance é encontrar um novo estimulante cerebral, sensorial (que não seja psicotrópico ou ilícito)! E printemos as comunidades do Orkut porque ele logo vai acabar!

#será?


LÉO (voice over) – Dizem que durante as madrugadas o cérebro de algumas pessoas torna-se mais aguçado, produtivo... É sempre um ótimo momento para criações, descobertas; visitas ao fundo de si mesmos trazendo à tona músicas, sonetos, livros completos. (pausa) Não no meu caso. (câmera focaliza a janela aberta de um pequeno complexo residencial de apartamentos. Uma luz acesa nessa janela, uma figura masculina debruçada no beiral. A câmera se aproxima e então pode-se ver o narrador Léo) Eu não sou nenhum tipo de jovem revelação talentosa, tampouco desenvolvi alguma teoria revolucionária. Estou por aí, indo e vindo, tentando sacar qual é a disso tudo, entende? Meu trabalho é comum, num lugar comum, cercado por outras pessoas comuns. Mas aí de repente vem aquela sensação de que falta alguma coisa, de que não é bem por aí e que a vida tem, sim, mais a oferecer. Já sentiu essa sensação antes?

TÚLIO (voice over, até debruçar-se na janela também) – Já, é fome. Você viu meu isqueiro por aí?


Léo entrega o isqueiro. Os dois acendem um cigarro e ficam olhando a cidade.

Corta para abertura.

#Gato


Não sei se é de conhecimento o meu certo incômodo com animais - principalmente os domésticos (e peixes que moram em fontes de lojas). E também não estou dizendo que os detesto. O fato é que não me sinto muito confortável dividindo espaço com eles (e crianças também, mas aí já é outro assunto).

Retomando os relatos de minhas férias passadas, conto agora o episódio mais que especial.
No momento em que meu amigo convidou-me e ofereceu-me seu apartamento para que eu me hospedasse lá, deixou de contar um pequeno detalhe - que tinha um gato.

Cheguei a Barra Mansa, fiz os cumprimentos, conheci o lugar e as pessoas e então chegou o momento do encontro - eu e o gato. Tudo muito diplomático. Ele lá me olhando da cama.

De repente meu anfitrião começa a conversar com o gato, elogiando seu comportamento por não ter bagunçado a cama ou qualquer outra coisa do apartamento. (oi?)
Logo em seguida fiquei sabendo de toda a trajetória do bichano:
* Não era um gato qualquer
* Havia passado por uma cirurgia porque fora chutado bem no rosto, de modo que um lado da face não mexia... portanto o olho direito não fechava (nunca) e a orelha não mexia. Isso por si só era uma coisa bastante perturbadora, porque ele ficava lá deitado, com um olho aberto como se observasse tudo de propósito.
* Tomava água da pia do banheiro. E para tanto era necessário sempre abrir um pouco a torneira para que ele bebesse (oi?)
* Dormia na mesma cama que o dono (É daqui que continuo...)

Chegou a noite e nos preparamos para dormir... também descobri outro detalhe - a luz da cozinha acesa pois o coitadinho não se locomovia direito no escuro.

Eu até teria dormido muito bem não fosse o fato de toda hora cruzar com o olho aberto do gato bem na minha direção, além do medo de esticar minha perna e bater nele, derrubando-o da cama. Claro que se ele só ficasse ali não teria sido assim tão difícil pra dormir, mas ele fazia questão de se mexer sempre, tanto que uma hora eu acordei de um dos cochilos e não vi o tal gato na beirada da cama... de repente olho pra cima e gato lá, quase deitado na minha cabeça! Dei um pulo que fui parar na cozinha, praticamente!

Por fim eu desisti de dormir (E me recusei a abrir a torneira para o gato uma única vez. Que tomasse a água do bebedouro dele ué!). Fiquei sentado na mesinha observando meu amigo dormindo como se nada estivesse acontecendo, o gato andava de um lado para o outro como que me provocando e eu lá, coitado, escrevendo loucamente sem conseguir dormir.

Pela manhã meu humor estava espantoso, assim como minha aparência. Mas só fui estabelecer algum tipo de contato amistoso com o bicho um dia antes de ele ir para o Rio com meu amigo. ra!

#O tempo - e o que fazemos com ele (foto)



Não consegui por jeito nenhum colocar a foto onde queria no post abaixo, então coloco aqui.


#O tempo - e o que fazemos com ele


Daí que meus amigos simplesmente não ligam pra mim quando digo que quero tomar chocolate quente, resolvi ir sozinho.
Fiquei numa mesa ouvindo as músicas do meu celular - que por sinal estava num momento muito inspirado no aleatório - e escrevendo... Várias páginas. Divagações que há muito não fazia.
Pensamentos indo e vindo, lembranças, projeções, até que 6 anos de história se materializaram bem na minha frente. E eu fiquei pensando no quanto de nós deixamos por aí.
Já me deixei por aí nessas palavras que escrevo, nas conversas de bar, nas ruas das cidades por onde passei, no violino que troquei para poder estar de volta, na mudança de planos, nas despedidas...

"Eu não sou daqui também, marinheiro
Mas eu venho de longe, e ainda
Do lado de trás da terra
Além da missão cumprida
Vim só dar despedida..."

E assim seguem-se os anos e a pergunta que fica é - quanto de nós fica nos outros?

#Breviações


EU: Uma coca, por favor.
ELE (sentado do lado): Sabia que coca-cola derrete os dentes?
EU (olha): Como é que é?
-chega a coca. bebe.
ELE: E também desentope pias.
EU: Seu café não é a escolha mais saudável deste lugar.
ELE: Esse café é de uso terapêutico.
EU: Minha coca é recreativa.
-termina de beber, paga e sai.
ELE: É muito feio sair sem se despedir.
EU: Você não se cansa disso?
ELE: Ser irresistivelmente cativante?
-pausa-
EU: Juro que se estivesse com tempo a gente passaria a tarde toda enumerando minhas impressões sobre você, mas preciso ir.
ELE: Tão cedo para um adeus.
EU: Seu lirismo é notável, mas não me convence às três da tarde.
ELE: E o que é preciso? Meia luz, meia garrafa de um vinho meio caro, meia música de um artista meio conhecido?
EU: Nem tanto. É só deixar a porta meio aberta.
-ônibus vindo-
EU: É com este que eu vou. (estende a mão) Aqui está o que veio buscar: até logo.
ELE: Não é bom começar algo já se despedindo.
EU: E quem disse que estamos começando algo?
ELE: E não?
-olhares, ônibus, partida-

#Breviações


PAR OU ÍMPAR

Estive ímpar por muito tempo
Até que nossas vidas paralelas
distraídas
Entraram no mesmo atalho.

Impassíveis,
Deixamos nos envolver
Unindo partes e pensamentos
Imparciais.

Partimos numa aventura
Dispostos a viver nosso sonho
E a sonhar uma nova vida
Particular.

A sorte nos empurra
Fechamos os olhos...
Temos todo o tempo
E não vamos parar.

Em busca de palavras
Descubro seu sorriso
No mistério de seu olhar
Encontro meu conforto.

Sem percebermos viramos par
Dividindo o mesmo corpo
Compartilhando o mesmo momento
Multiplicando sussurros e gemidos.
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Gabriel Chacon - 11/03/2005


#ra


Galere, meses depois de várias tentativas sem sucesso e pedidos desesperados a vários setores (informáticos ou não), consegui colocar a data nas postagens do blog.
Tudo graças ao comentário de Ruth Connors, do Expresso do Oriente.

#Música


Galere, a vibe musical do momento...

ALTAR PARTICULAR - Maria Gadú

Meu bem que hoje me pede pra apagar a luz
E pôs meu frágil coração na cruz

No teu penoso altar particular

Sei lá, a tua ausência me causou o caos
No breu de hoje eu sinto que
O tempo da cura tornou a tristeza normal
E então, tu tome tento com meu coração

Não deixe ele vir na solidão

Encabulado por voltar a sós

Depois, que o que é confuso te deixar sorrir

Tu me devolva o que tirou daqui

Que o meu peito se abre e desata os nós

Se enfim, você um dia resolver mudar
Tirar meu pobre coração do altar

Me devolver, como se deve ser
Ou então, dizer que dele resolveu cuidar

Tirar da cruz e o canonizar

Digo faço melhor do que lhe parecer

Teu cais deve ficar em algum lugar assim
Tão longe quanto eu possa ver de mim

Onde ancoraste teu veleiro em flor

Sem mais, a vida vai passando no vazio

Estou com tudo a flutuar no rio esperando a resposta ao que cham
o de amor

#de versos e reaparições


Encontrei esse texto por acaso fazendo uma limpeza na caixa onde coloco os boletos pagos, comprovantes de pagamento e coisas sem muita funcionalidade... Palavras e construção originais. Só não me lembro ao certo a data, mas acredito que tenha sido em 2008, na loja.

E se ao invés do "não"
a boca tivesse encontrado o "sim"
Se o aperto no peito
não fosse a saudade chegando assim
Se as noites e os dias
corressem menores para eu vivê-los
Se chuva e lágrima
caíssem do mesmo jeito,
mas não com o mesmo efeito.
Ainda que não alcançasse a mão,
pudesse ter o sorriso
E se a letargia abrandasse
Meu corpo todo falasse
Essa angústia cessasse
e eu me rendesse...
A sina de desesperar
Desamparar
Desabafar

#orkut, ciúme, telefonema


Então eu estou bem quieto no meu canto, preocupado com o andar das coisas na Amarellow Port, quando recebo uma ligação de um número desconhecido. No momento não pude atender pois estava com um cliente, mas tão logo desocupei o tal número ligou novamente.

Mas era um desses pré-pagos pai-de-santo, que só recebem porque nunca tem crédito o bastante para fazer uma ligação que não seja para os números da própria operadora. Liguei de volta.

Na verdade a pessoa, ao contrário do número, era conhecida. De vista, pois não nutro nenhum tipo de afetividade por ela - neste caso ele. Um funcionário do outro shopping.

Como ele conseguiu meu número eu só fiquei sabendo bem depois, quando minha mãe me contou. Eu já estava bastante surpreso com o motivo da ligação, quanto mais saber como ele conseguiu meu número.

E o motivo - o fato de eu ter deixado um mísero e descontraído comentário em uma foto do orkut com as palavras "chúnior" ou "xunior", já nem me lembro mais.

Às vezes um apelidinho bobo opera monstruosidades numa mente neurótica e leva a pessoa a querer tirar satisfação. O que aconteceu neste caso.

Era um misto de indignação e surpresa, mas eu fiquei muito mais espantado!

Fato é que na festa de aniversário de meu amigo Rafa, passei um bom tempo junto com meu amigo Eddie e na presença do dito namorado, chamando esse menino pelo apelido e forma com que dizemos as palavras com J e G agora - usando o fonema /ch/ (se é que existe um fonema assim! rs). Por exemplo: chente, achuda, Chúlia e Chúnior.

Aí que eu resolvo postar um comentário relembrando a festa e recebo essa ligação como resposta, quédizê...

Tendo que parar meu trabalho para ouvir namorado ciumento e inseguro lamuriar pra mim... Faça-me o favor.... Como gosto sempre de salientar, prefiro os morenos altos e magros/saradinhos!

Lembrei-me dos versos:
"O ciúme doi nos cotovelos,
na raiz do cabelo,
gela a sola dos pés..."

#off


Desculpa pai, desculpa Brasil pela ausência, mas sabe, eu preciso de algo que me motive para vir aqui escrever e ultimamente tenho andado muito no limbo, inértico - caso essa palavra exista. É ao mesmo tempo um sossego que me desassossega, pois me dá uma aflição não ter nada congruente para se colocar aqui. Inclusive fui repreendido em um comentário no post passado.
Mas quem sabe depois dessa noite algo mude.