Vou para o céu


O cenário - Loja Yellow Port, Shopping do Calçado.
Protagonistas - Eu, abre parênteses, adoentado, tossindo, cabeça ruim, nariz constipado, fecha parênteses. O cliente, abre parênteses, senhor já de certa idade, dentes bastante separados com aparelho num estado de conservação questionável.

EU: Olá, boa tarde!
CLIENTE: Eu recebi o comunicado da loja para vir conhecer os calçados. Posso dar uma olhada sem compromisso?
EU: Claro!
ELE: Não, quero escuro.
- silêncio de dois segundos -
EU: Claro que pode olhar.
ELE: Ah bom.
- ele olha as coisas da loja -
ELE: É tudo assim?
EU: É, nós trabalhamos com lona de caminhão reciclada (tenho certeza absoluta que disse recicladA)
ELE: Caminhão reciclado?
EU: RecicladA, lona recicladA.
ELE: Você falou reciclado. Pensei que estivessem reciclando caminhão.
EU: Eu falei reciclada.
- cliente continua olhando -
EU: Algum modelo te interessou?
ELE: Ah... não me entusiasmei por nenhum não.

Vou para o céu ou não vou?

Veja se encaixa:


Quanto de nós é intensão e o quanto de nós é consequência?

"Elo de ligação"


Eu conheci Amelie Poulin através da trilha sonora antes de assistir ao filme. Ambos maravilhosos - como já falei por aqui.
Essa semana recebi meu outro livro da sequência compulsivista: Eu sou o Mensageiro - Marcus Zusak (sim, ele é o autor de A menina que roubava livros).
Já estou quase no final quando me dou conta da semelhança do livro com o filme! As mensagens com as ações de Amelie... tudo a ver.
Leiam o livro e assistam ao filme e verão também.

M.D.S.



Isso de trabalhar no centro da cidade novamente me rende certas situações interessantes. Como por exemplo ontem.

Aproximadamente 18h, vejo um pessoal fechando a rua da esquina onde a loja fica com cones de trânsito. No momento seguinte várias pessoas vão se aglomerando - pessoas em bicicletas, a pé, motos. Todas elas com uniformes característicos. No final da rua um carro de trio elétrico.

Aí eu pensei: uma micareta muito mais fora de época que o normal? Com abadás alternativos e foliões que pareciam ter saído de fábricas de sapato...

Opa!

Aquela movimentação toda era uma Assembléia dos Sapateiros da cidade, ou M.D.S. - Movimento dos Sapateiros (ou na atual situação - Menos Dinheiro Sobrando).

O engraçado foi que junto aos sapateiros engajados (Companheiros da categoria) estavam outro tipo bem tradicional da cidade - unespianos!

Eles com o cabelo de certa forma comprido e aparentemente sem lavar, barba, camisetinha básica, bermuda de sarja e havaianas.

Elas com as inseparáveis rasteirinhas, saias indianas, blusinhas de alcinha e cabelo propositadamente descuidado.

Que maravilha!

Eu na verdade tentei entender realmente toda aquela coisa... Mas só conseguia ouvir o cara gritando de cima do trio que a direção de alguma coisa era incompetente, que fazia tantos anos que ele era sapateiro e nunca tinha visto coisa assim. Mas que a categoria não ia abrir mão dos direitos... e coisas assim...

E o unespiano-líder também subiu ao palanque elétrico e discursou, oferecendo o apoio dos estudantes da UNESP aos trabalhadores (no mínimo eles estudam História...)

Meia hora depois estavam todos se dispersando, pegando suas bicicletas e seguindo com a vida porque hoje de manhã o cartão precisava ser picado na hora certa.

Eu fiquei por lá porque meu patrão tem a visão distorcida de horário comercial...

perfil


Escrevi isso no orkut, mas acho que serve bem como um post de fim de noite...

Apenas passamos a descobrir com o tempo o que guardamos em cada parte de nós mesmos que deixamos bloqueada para acesso coletivo.
O desconhecido se apresenta em facetas difíceis de notar sem uma observação atenciosa: o ciúme, o medo, a euforia, a carência, os risos, o modo gratuito como gostamos ou nem tanto de alguém...
É deixar-se sentir.
É sermos nós mesmos.
Sou eu.

Hoje também assisti a Sex and the city, o filme. Sim, eu gostei! E sim, quero ser a nova Carrie Bradshawn.... hauhauhuauha

tirando as teias



Pois é... até a mim este momento de silêncio estava preocupando. Onde estão minhas ideias? (Agora sem acento mesmo. É a preguiça virtual tomando conta do Acordo Ortográfico) Em que lugar do meu confuso e privilegiado cérebro eu as guardei? (ok, privilegiado é por minha conta! hohoho).

Não sei muito bem onde situar esse post... se resolvo deitar no meu divã virtual e soltar as palavras por lá, ou se vou escrevendo assim. Eu ainda não sei bem como nomear esse aglomerado de pequenas coisas que estão na minha cabeça e me fazem sentir assim.
E de repente acordo um dia nessa semana com uma tensão insuportável nos músculos do meu ombro, que não é bem no ombro porque o ombro mesmo é puro osso né, mas aqueles músculos onde normalmente apoiamos as coisas. O que importa é que parece ter um caroço no lado direito. E dói! Gente, como dói! Agora olhe para mim e responda: de onde, diabos, veio tal tensão? O que desencadeou tal reação? É certo que tenho passado por poucas e boas no trabalho (ainda mais agora com a inauguração de uma outra loja), esse calor tenebroso não ajuda em nada, uma certa aflição por parte de minha mãe e tudo isso combinado com a minha já forte tendência a acreditar numa grande conspiração contra o bem estar mundial.
Ferias, ferias, ferias! (Sem acento mesmo? Se ainda tiver acento, por favor, do lado da janelinha, com a cadeira vazia junto a minha e me acordem quando o ônibus parar na rodoviária Novo Rio - por falar em Rio, saudações a meu grande amado amigo que está agora no Rio, ensaiando... se tornando um artista também!)
Engraçado estar sem palavras ou sem saber como organizar as que já tenho, ainda mais porque minha compulsão literária está muito mais forte! Acho que é só a vontade de preservar certos pensamentos e não transformá-los em palavras gratuitas. Ou sentimentos gratuitos.
Os amigos estão fadados a ser nossos amigos apenas durante a fase solteira de suas vidas? Apenas quando pizza e filme em casa é o programa mais indicado? Não é bem ciúme... é o medo descontrolado de associar namoro com distância, com frugalidades, com bom-dias, com "isso é tudo"... "Iaiá, se eu peco é na vontade..."
Estou sentindo o vento batendo no meu rosto enquanto fico sentado nesse balanço. Indo e vindo, frente e trás. A impressão é de sentir as pessoas também indo e vindo, novas e já conhecidas. E se mais alguém prestar atenção, vai entender porque me deixo embalar - é Yann Tiersen que me toca ao ouvido.