Breviações


Criando ao invés de ir dormir... hehehe

É sonhar um refúgio noturno?
A busca do improvável de olhos fechados.
Alcançar o que se vê ao longe
às vezes correndo
às vezes voando
às vezes leva-se um susto e cai!
Gira eternamente e basta.
Os olhos abriram, piscam.
É ali na esquina da memória:
sonho e desejo.
Um alimento, o outro, combustível
Há música, cor, forma
É este o sonho ou minha realidade quase morna?
Projeto de bem-estar
Rotina de não-viver

Rapidinhas


E o chuveiro aqui de casa está mais quente do que de costume. Até para meus padrões. Bom pra mim é quando se vê o vapor formando enquanto a água cai, chega a fazer marcas vermelhas na pele - meio parecido quando se vai a motel (ou hotel para os menos aventureiros ou que não querem contar)e não consegue regular muito bem aquelas válvulas de água quente e fria (eu sempre tenho problema com isso). Mas o banho hoje foi quase um escaldado. De repente a água ficou muito quente, com ênfase no muito. Nem pude aproveitar meus 10 minutos.

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Fidelidade ou Lealdade?
1 - Você conhece uma pessoa (vou colocar assim porque aí cada um visualiza o gênero que melhor se encaixar)
2 - Você conversa com essa pessoa tempo razoável para chegarem a conclusão de que já podem se encontrar para transar.
3 - Você transa com essa pessoa.
4 - Você conversa com essa pessoa enquanto estão na cama e ela fala: "Meu namorado disse que vem essa semana pra cá".
5 - Você fica sem reação, mas não demonstra, fala como se aquilo não tivesse surtido o menor efeito sobre sua firme estrutura emocional: "Namorado? Olha só..."
6 - Então a pessoa vai explicar como funciona tal relacionamento: "Nós estamos juntos há algum tempo. Eu fico com outras pessoas, ele fica com outras pessoas também. Mas somos leais um ao outro. Eu sei que vamos ficar juntos, estarmos juntos. É a lealdade que importa, não a fidelidade.
7 - Aí vem o questionamento: Será?? Pouco importa com quem você fique, o que faça, com quem transe, o que conta no final é que um terá o outro?

Tá bom....

Mais da CENA


CENA: Praça Central. Fim de tarde. Valerie – Amy Winehouse ao fundo. (apenas instrumental ou com voz).
- Como foi a despedida?
- Ah, você sabe... “despediosa”...
- Hum... você esperou até ele ir?
- Tive que ficar. Você me conhece... tinha que ter certeza que não era alguma coisa que minha mente esquizofrênica criou, apesar de parecer o contrário.
- E ele?
- O que tem?
- Não falou nada? Entrou e pronto?
- Falou, até.
- E??
- Vai sentir minha falta.
- Só isso? Nem se quer voltar, se te liga, qualquer coisa assim?
- Eu não esperava nenhuma dessas.
- Pelo amor de deus! E o que você falou?
- A escolha foi dele. Não tinha o que falar. (pequena pausa) Mas falar que vai sentir minha falta?! Como se eu fosse acreditar nisso. Ele lá, uns 500km longe, tudo acontecendo ao mesmo tempo. Duvido que ia pensar em mim, quanto mais sentir minha falta. A cama dele vai estar bastante movimentada...
- Tá falando assim porque gosta dele.
- Eu não gosto dele. Até porque é loucura gostar de alguém geograficamente inacessível.
- Você nunca foi do tipo convencional mesmo.
- Ok... chega de tentar criar um tipo de ligação aqui. Ele está indo, eu estou ficando.
- É...
- Sorvete?
- Claro.

CENA


Rodoviária, noite. Parada número 13. Os passageiros embarcando no ônibus. Os funcionários da empresa organizando as malas e encomendas dentro do bagageiro do ônibus.
- Será que eles tem um número certo de coisas para colocar aí dentro? Quer dizer, será que é sempre um mesmo número toda vez? Toda viagem?
- Ou pelo menos ter uma forma de guardar isso tudo né?
- Eu nunca entendi muito bem a matemática disso.
- Ah... (olha no relógio) acho que já vou subir, o ônibus vai sair daqui a pouco.
- Isso. Não vão ficar esperando porque um passageiro ainda não se despediu... então, boa viagem.
- Eu vou sentir sua falta.
- Por favor não diga isso. Nós combinamos que seria uma despedida rápida e objetiva. Sem flashbacks e nem relembrar pontos altos.
- (como se não tivesse sido interrompido) É sério.
- (tom sério) A escolha foi sua.
- Não chegou a ser uma escolha.
- Dá no mesmo.
- É a minha chance de fazer algo acontecer.
- Bom, eu não quero ser o responsável caso aconteça o contrário. O ônibus vai sair.
- Eu vou sentir sua falta.
- Você se acostuma. É como dizem: cidade grande nunca para. Você vai conhecer alguém.
- Tchau.
Entra no ônibus. Outros dois passageiros também entram. As portas se fecham.

PS - Continua....