De noite escrevendo...



A noite me trouxe essa melancolia característica. E acompanhando, veio a chuva, a saudade, o silêncio - da falta de passos e teclas batendo, nem vozes atravessando linhas.

É essa vontade de sair correndo e ir parar mais ou menos a uns 500km daqui, naquela tal cidade onde aquele tal rapaz mora. E olhar pra ele, mas não aquele olhar que normalmente as pessoas que se gostam e passaram um tempo afastado dão, nada disso. É o olhar de quem sente que tudo em volta poderia lentamente ir reduzindo os movimentos e a velocidade até restarem somente aquele encontro. Os olhos capazes de sentir os cheiros, sentir a textura da pele e o gosto dos beijos.

E os olhos vão se aproximando... e nessa distância de um olhar, o inevitável é abraçar. Forte e tanto, como que tentando prender naquele momento aquela sensação tão preciosa que é gostar.
São muitos os obstáculos pelos quais aquele olhar passou até chegar ali: dúvidas, medos, insônias, choros, rodovias e mau tempo. No entanto, um olhar determinado não pára na primeira nuvem de poeira. Ele segue e percorre vias alternativas que somente quem vive e experimenta desse olhar sabe explicar.
E quando ele chega ao seu destino, as lágrimas que eventualmente caem são para preparar o olhar para ver apenas aquele certo rapaz. De roupas ligeiramente largadas, o cigarro aceso, os cabelos graciosamente bagunçados - muito pretos, a boca desenhando um sorriso tímido e os olhos... aqueles olhos com o brilho certo de quem já esperava a surpresa.
E ficamos ali, olhares próximos, mãos também. E basta.

(Mr. Ribbs, esse meu olhar é pra você.)

"O seu olhar, seu olhar melhora,
melhora o meu..."

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